José Francisco dos Santos (Chiquinho)
José Francisco dos Santos Diretor Administrativo aposentado, atualmente trabalha como Assistente I |
Eu conheci o primeiro museu penitenciário quando entrei na Penitenciária do Estado na década de 1970. Era uma das coisas que eu mais gostava de ver, porque era novidade para mim.
O museu contava um pouco da história que precedia o ano de 1971, então sempre que eu podia subia e dava uma olhada lá.
Tudo ali era muito bonito. Ao contemplar os quadros, os objetos feitos artesanalmente e as pinturas maravilhosas, era difícil acreditar que o artista estava realmente privado de liberdade.
“Puxa vida... como um cara que faz uma pintura dessas, realmente pode estar preso? ”, eu me perguntava.
Havia também fotografias e histórias de funcionários mais antigos.
O trabalho era muito bem organizado.
Depois de um tempo, eu não sei porque, esse museu foi tirado da penitenciária e as peças, guardadas em lugares diferentes. Fiquei sem saber onde estavam e algum tempo depois encontrei quadros até em porões.
Apenas com a criação da SAP, o material do acervo voltou a ser juntado. Mas só recentemente a Secretaria da Administração Penitenciária implantou um novo projeto, levando pela primeira vez a possibilidade de a população conhecer esse acervo histórico.
Agora existe uma atenção maior para a história do sistema penitenciário do estado, pois muitas unidades prisionais têm história para contar e coisas para serem guardadas.
Há muita coisa no interior de São Paulo e não só as histórias das extintas Casa de Detenção e Penitenciária do Estado devem ser contadas.
Estou torcendo para que esse projeto tenha muito sucesso e que os funcionários novos e mesmo as pessoas que vão estudar assuntos penitenciários, tenham conhecimento, vejam e saibam o que existiu de bom ou até mesmo de ruim em todo esse tempo.
Eu acho que é necessário e esse museu conta com todo meu apoio.