Reconhecendo os seus erros passados e a necessidade da prisão para o reconhecimento destes, o indivíduo dá sentido a essa vida pretérita marcada pela violência e, sobretudo, dota de significado esse tempo presente, dramático e carente de sentido.O futuro para estes indivíduos é identificado com a vida aqui e agora, mais precisamente, com o momento de retorno à sociedade.
Em suma, a conversão religiosa permite uma “reinterpretação biográfica” dentro do aparelho legitimador da nova realidade proposta pelo discurso religioso. Esse aparelho legitimador promove a harmonização do passado, do presente e do futuro do indivíduo, descartando alguns traços e eventos; resinificando outros, produzindo assim um conjunto de acontecimentos que são plenamente significativos. Aliás, afasta-se o caos e a anomia e restaura-se a ordem e o sentido da vida do converso.