quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Coluna Memória Oral

José Francisco dos Santos (Chiquinho)

José Francisco dos Santos 
Diretor Administrativo aposentado,
atualmente trabalha como Assistente I
  Eu conheci o primeiro museu penitenciário quando entrei na Penitenciária do Estado na década de 1970. Era uma das coisas que eu mais gostava de ver, porque era novidade para mim. 
  O museu contava um pouco da história que precedia o ano de 1971, então sempre que eu podia subia e dava uma olhada lá.
  Tudo ali era muito bonito. Ao contemplar os quadros, os objetos feitos artesanalmente e as pinturas maravilhosas, era difícil acreditar que o artista estava realmente privado de liberdade.
“Puxa vida... como um cara que faz uma pintura dessas, realmente pode estar preso? ”, eu me perguntava. 
  Havia também fotografias e histórias de funcionários mais antigos. 
O trabalho era muito bem organizado. 
Depois de um tempo, eu não sei porque, esse museu foi tirado da penitenciária e as peças, guardadas em lugares diferentes. Fiquei sem saber onde estavam e algum tempo depois encontrei quadros até em porões.
  Apenas com a criação da SAP, o material do acervo voltou a ser juntado. Mas só recentemente  a Secretaria da Administração Penitenciária implantou um novo projeto, levando pela primeira vez a possibilidade de a população  conhecer esse acervo histórico.
  Agora existe uma atenção maior para a história do sistema penitenciário do estado, pois muitas unidades prisionais têm história para contar e coisas para serem guardadas. 
Há muita coisa no interior de São Paulo e não só as histórias das extintas Casa de Detenção e Penitenciária do Estado devem ser contadas.
  Estou torcendo para que esse projeto tenha muito sucesso e que os funcionários novos e mesmo as pessoas que vão estudar assuntos penitenciários, tenham conhecimento, vejam e saibam o que existiu de bom ou até mesmo de ruim em todo esse tempo. 
  Eu acho que é necessário e esse museu conta com todo meu apoio.