quinta-feira, 17 de março de 2016

COLUNA MEMÓRIA ORAL



  Com: Maximiliano Nascimento de Brito


  Sou arquiteto do Departamento de Engenharia da Secretaria de Administração Penitenciária e visto algumas obras de unidades prisionais em todo Estado de São Paulo.
Quando eu era estudante eu tinha um pensamento sobre prisão apenas como retribuição a um ato criminoso, como castigo. Então se eu fosse fazer um projeto naquela época, elaboraria um projeto apenas de unidade muito segura, com áreas superiores onde quem controla a cela  consegue ver os raios sem ser visto. Um local onde o detento não teria direito a nada, mas quando comecei a viver o dia a dia das unidades prisionais percebi que o detento precisa coisas como: de banho de sol, que ele precisa receber a família, etc.

 Atualmente, o senso comum prega que “o cara errou e tem que ficar lá, tem que pagar e tem que sofrer” e não pensa na recuperação, quando eu era estudante eu tinha essa ideia, mas com a vivência adquiri conhecimento do que é necessário.
  Para construção de uma nova unidade existe um estudo de demanda. Muitos prefeitos vêm procurar a Secretaria propondo que seja construída em sua cidade. Já outras cidades não querem e fazem campanha contra, isso é interessante né?!  Na Companhia Paulista Obras Serviços – CPOS, existem projetos dos diferentes tipos de unidade, os projetos devem prever a necessidade de realizar os atendimentos de saúde, de alimentação, de almoxarifado, contanto inclusive com galpão de serviços de trabalho, algumas precisam de lavanderia como o caso dos CPPs, e das unidades femininas então tem toda essa estrutura dentro de uma unidade.
  No caso das unidades femininas, diferencial das é que a área de celas é de dois andares. Contam com uma planta diferenciada também por ter a lavanderia, por ter a área de convívio com as crianças e as áreas para as grávidas, os recém-nascidos. Toda essa estrutura tem dentro da unidade feminina.
  Das obras que fazemos hoje, em termo arquitetônico eu gosto bastante do CPP. O de Rio Preto foi o primeiro nesse novo modelo, logo depois Jardinópolis e na sequência Porto Feliz. Apesar de ser uma obra grande, gosto da estrutura deles, do desenho, da funcionalidade, pois atende aquilo que o detento que está no semiaberto precisa, com galpões de trabalho, área de lazer, com área para receber família. Então eu acho este tipo de unidade formidável.

Maximiliano Nascimento de Brito
Arquiteto SAP