segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

TEMPO - O SINAL DA DISCIPLINA

Segundo o pensador francês Michel Foucault, o suplício público, violento e caótico e a tortura pública em si constituíam um tipo de “teatro em praça pública”, que correspondia a diversas funções e efeitos na sociedade. Mas a execução pública se revelava improdutiva e antieconômica, e consequentemente o seu custo político era muito alto. Era a antítese dos mais modernos interesses do Estado: ordem e generalização. Assim, a  prisão passa a ser adotada como forma generalizada de sanção para todo tipo de crime, como resultado do desenvolvimento da disciplina, como já dito.


A sociedade desenvolve formas particularmente refinadas de disciplina, tendo como objeto os menores e mais detalhados aspectos do corpo de cada pessoa, visando o adestramento, a observação e o controle. O maior símbolo da disciplina é o controle do tempo.O “culto ao relógio” é o maior sinal da interiorização da disciplina, pois serve de metáfora à regulação e ao controle dos corpos e mentes por meio de novas técnicas que surgiriam. 

Os internatos, conventos, hospitais, quartéis, fábricas e prisões surgiriam como “instituições totais”, instituições estas que tinham por finalidade administrar a vida de seus membros, mesmo que à revelia de sua vontade, em um esforço de produzir a racionalização de comportamentos.