Localizada em Ruanda, ao sul da cidade de Gitarama, distrito de Muhanga, em um terreno cercado com um muro de concreto armado e arame farpado está a considerada pior prisão do mundo. A população carcerária predominante é da etnia Hutu, envolvida nos massacres de 1994, onde morrerem mais ou menos um milhão de Tutsis. O muro nem é tão alto, mas os arredores são cobertos de minas terrestres artesanais. Aqueles que tentam atravessar o campo e acabam mutilados tem que voltar por conta própria para a cadeia se quiser receber alguma assistência.
Os guardas de Gitarama dizem que o mapa com a localização das minas se perdeu. Os prisioneiros são enterrados em valas sem identificação cobertas de cal virgem para acelerar a decomposição dos restos.
Os guardas cumprem seu papel, pois uma das penalidades para funcionários corruptos é ser mandado para dentro da cadeia, tornando-se ele próprio um detento. Os guardas não entram em Gitarama.
O número de presos chega a quase 7.000 homens no espaço onde caberiam no máximo 400 prisioneiros. As 20 latrinas estão sempre cheias. Não há espaço nem comida para todos. Por isso muitos presos recém-chegados, ou enfraquecidos acabam sendo servidos como prato principal, em verdadeiros banquetes canibais. Assim, matam a fome e a superlotação em uma tacada só.
Um em oito, morrem antes de completar 5 meses no lugar. Os sobreviventes sofrem de apodrecimento dos pés em função da maioria ficar de pés descalços nas condições insalubres do piso. Muitos perderam os dedos, os pés ou as pernas para a gangrena.
