quarta-feira, 4 de novembro de 2015

9° PRIMAVERA DOS MUSEUS

  A noção de vulnerabilidade social, sob a ótica de quem vivenciou a cultura do povo Guarani e da
cultura prisional, foi o tema central da palestra que marcou o ponto alto da programação da 9º Primavera dos Museus, evento organizado pelo Museu Penitenciário Paulista (MPP) no Carandiru e que faz parte da iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), desenvolvida por todo o país. O
tema escolhido para este ano foi “Museus e Memórias Indígenas”.

  O professor e diretor do MPP desde 2010, Sidney Soares – que é formado em ciências sociais, pela Universidade do Estado de São Paulo e especialista em Direitos Humanos, pela Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado – trabalhou com os índios entre os anos 2000 a 2007.
  Ele abordou a questão explicando a amplitude do conceito, na visão de quem vivenciou os dois grupos sociais distintos. Segundo ele o principal conceito é que uma pessoa está em vulnerabilidade social quando ela apresenta condições precárias de moradia e saneamento, não possui família, não possui emprego e esses fatores compõe o risco social, ou seja, é um cidadão, mas ele não tem os mesmos direitos e deveres dos outros. Situação que se repete em muitos casos dentro de famílias indígenas e em famílias que têm um indivíduo preso. “O que une o trabalho entre povos indígenas e a cultura prisional é a vulnerabilidade”, disse o professor.
  O evento intitulado “Uma história entre penas: a vulnerabilidade social observada por meio da população indígena e da apenada no Brasil”, foi acompanhado de perto pelos alunos de direito da Universidade Paulista (Unip) unidade norte e ocorreu no auditório do MPP.